"combater o insucesso escolar"...!!??
O post do Miguel, aqui, inspirou-me para esta prosa absolutamente verídica em todos os seus pormenores:
Efectivei-me no 3º grupo do Secundário, Construção Civil (ramo teórico, visto que o prático era assegurado pelo grupo 12ºE).
Quando comecei a ficar com horários zero foram-me sendo atribuídas turmas de Matemática.
Quando os engenheiros passaram a ter habilitação própria, fui ao Ministério e fui às Faculdades e ESE’s: só havia uma maneira de mudar para o grupo de Matemática: começar a carreira do início.
A Universidade Aberta foi a única instituição que me aceitou como aluno à disciplina de Didáctica da Matemática (afinal a única coisa que me distinguia de um professor pertencente ao grupo desta disciplina).
Depois de ter a disciplina feita (com 14), voltei a apelar ao Ministério. Em vão, a resposta foi a mesma: tinha de começar a carreira de novo.
Entretanto, sempre com horário zero, sempre a dar Matemática e sempre o último nas escolhas por não pertencer ao grupo.
No mesmo ano, 2002, em que o ME me fecha as portas à possibilidade decente de pertencer ao grupo de Matemática, o Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua, face ao meu currículo, entendeu atribuir-me o estatuto de formador na área e domínio “C05 Didácticas Específicas (Matemática), com aplicação a Professores dos Ensinos Básico e Secundário”!
Este ano o Governo coloca-me no grupo 530, Educação Tecnológica, disciplina que vou passar a leccionar a partir do próximo ano lectivo!
O Governo podia, por respeito para com todos, alunos e professores, ter dado uma hipótese de escolha: o professor ficar na disciplina que está a leccionar há vários anos, ou mudar para a ET, se para isso tiver mais competências.
Mas para o ME os professores não são pessoas. Nem, aliás, os alunos!
Efectivei-me no 3º grupo do Secundário, Construção Civil (ramo teórico, visto que o prático era assegurado pelo grupo 12ºE).
Quando comecei a ficar com horários zero foram-me sendo atribuídas turmas de Matemática.
Quando os engenheiros passaram a ter habilitação própria, fui ao Ministério e fui às Faculdades e ESE’s: só havia uma maneira de mudar para o grupo de Matemática: começar a carreira do início.
A Universidade Aberta foi a única instituição que me aceitou como aluno à disciplina de Didáctica da Matemática (afinal a única coisa que me distinguia de um professor pertencente ao grupo desta disciplina).
Depois de ter a disciplina feita (com 14), voltei a apelar ao Ministério. Em vão, a resposta foi a mesma: tinha de começar a carreira de novo.
Entretanto, sempre com horário zero, sempre a dar Matemática e sempre o último nas escolhas por não pertencer ao grupo.
No mesmo ano, 2002, em que o ME me fecha as portas à possibilidade decente de pertencer ao grupo de Matemática, o Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua, face ao meu currículo, entendeu atribuir-me o estatuto de formador na área e domínio “C05 Didácticas Específicas (Matemática), com aplicação a Professores dos Ensinos Básico e Secundário”!
Este ano o Governo coloca-me no grupo 530, Educação Tecnológica, disciplina que vou passar a leccionar a partir do próximo ano lectivo!
O Governo podia, por respeito para com todos, alunos e professores, ter dado uma hipótese de escolha: o professor ficar na disciplina que está a leccionar há vários anos, ou mudar para a ET, se para isso tiver mais competências.
Mas para o ME os professores não são pessoas. Nem, aliás, os alunos!
2 Comments:
Para o Ministério os professores são apenas pessoas que estão a leccionar na sala de aula e que lhes estão a gastar dinheiro. Respeito e professores juntos na mesma frase deve obrigatoriamente incluir 'falta de' antes de respeito. Como somos muitos, eles podem fazer o que querem e passar-nos por cima como, quando e se quiserem. Somos demasiados para termos força contra eles... Não é irónico???
Muito iteligente a sua observação:
"Somos demasiados para termos força contra eles..." Nunca me tinha ocorrido pensar na nossa fraqueza deste ponto de vista. Tem toda a razão: é mesmo irónico!
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