Há medidas cuja bondade não se discute.
Discute-se é o modo como o ministério quer que sejam levadas à prática e denuncia-se quando e onde o povo está a ser enganado. E só.
Mais: eu até acho que se deve concordar com elas entusiasticamente; assim, se a coisas correrem mal, a culpa é da exclusiva responsabilidade do governo, os professores até mostraram boa vontade.
Por exemplo, a de deixar o plano da aula na escola. Para quê andar a dizer que não se vai conseguir pôr em prática? Esse é um problema do governo, que seja ele a não conseguir pôr em prática. Como reagimos faz com que o que passa para a opinião pública é que somos nós que temos má vontade.
E o governo fica todo contente. Foi demagógico, mas quem paga a factura são os professores.
Os nossos sindicatos ainda não perceberam nem a sociedade em que vivem (com pais extremamente aflitos, disso não tenham dúvidas) nem o governo cínico (e com uma completa ausência de escrúpulos, como agora a opinião pública está finalmente a começar a perceber) que têm pela frente.
Discute-se é o modo como o ministério quer que sejam levadas à prática e denuncia-se quando e onde o povo está a ser enganado. E só.
Mais: eu até acho que se deve concordar com elas entusiasticamente; assim, se a coisas correrem mal, a culpa é da exclusiva responsabilidade do governo, os professores até mostraram boa vontade.
Por exemplo, a de deixar o plano da aula na escola. Para quê andar a dizer que não se vai conseguir pôr em prática? Esse é um problema do governo, que seja ele a não conseguir pôr em prática. Como reagimos faz com que o que passa para a opinião pública é que somos nós que temos má vontade.
E o governo fica todo contente. Foi demagógico, mas quem paga a factura são os professores.
Os nossos sindicatos ainda não perceberam nem a sociedade em que vivem (com pais extremamente aflitos, disso não tenham dúvidas) nem o governo cínico (e com uma completa ausência de escrúpulos, como agora a opinião pública está finalmente a começar a perceber) que têm pela frente.
6 Comments:
Uma Ordem dos Professores credível e séria talvez ajudasse à tomada correcta de decisões por parte do Ministério da Educação.
Caro colega
todos nós, como cidadãos ou professores, individualmente ou integrados em colectivos, temos o dever de alertar para o que está mal, mesmo que seja ainda uma proposta. Caso não o façamos estamos a ser cúmplices conscientes e obedientes da potencial "maldade". Percebo o seu ponto de vista, mas acho que não deve ser por aí que os professores devem ir.
As reacções, no entanto, devem ser devidamente fundamentadas. Obviamente.
Uma das medidas mais redundantes que já vi... e uma que parte do princípio que o ensinar funciona como os legos: qualquer peça encaixa.
Sabemos que todos os que não são professores estão de acordo com autênticas aulas de substituição.
Por mim, é simples: prefiro dar uma aula (paga, evidentemente) em substituição de um colega, do que estar a entreter com jogos e conversas meninos e jovens que, deste modo, perdem o pouco respeito que ainda tinham pelos professores (eu sou testemunha disto).
(Apesar de eu não concordar com um dos fundamentos da última "reforma", o de que deixámos de ser professores de alguma coisa para passarmos a ser simplesmente professores.)
Mas estou consciente de duas coisas. 1º, que como funcionário público o meu objectivo é servir o melhor que sei a sociedade que me paga o meu sustento, o que inclui obviamente o combate contra a injustiça e a fraude (quando isso deixar de ser o meu objectivo, saio). Do ME exijo que me dê as condições para eu o fazer.
2º, que o óptimo é inimigo do bom; mais, que a procura cega do óptimo poucos benefícios traz para todos.
AS NOSSAS QUERIDAS PROFESSORAS
Não posso deixar de vir aqui publicamente expressar a minha profunda indignação pelo ataque que está a ser infligido às nossas queridas professoras, no sentido de as obrigar a cumprir o horário de trabalho.
Trata-se de enorme violência para as próprias, para os alunos, suas famílias e população em geral.
Sim, porque não são só as professoras que sofrem com esta despudorada medida, que lhes coarcta o legítimo direito a dar umas voltinhas pelo shopping para espairecer de terem de aturar a cambada de energúmenos que se sentam nas carteiras das salas de aula e lhes limitam fortemente a possibilidade de desenvolver acções de formação permanente mediante o visionamento na televisão de vários programas instrutivos e outros que espelham bem o sentir da sociedade em que nos inserimos, como é o caso das telenovelas e dos concursos onde os docentes iam actualizando os seus conhecimentos.
Aos alunos a medida também não agrada, já que o grau de irritação dos professores tende a aumentar exponencialmente, diminuindo o nível de tolerância às graçolas e aumentando a repressão que sobre eles se abate.
A população em geral tem também vindo a sofrer as consequências, já que não há família em Portugal que não tenha no seu seio uma prima ou uma tia pertencente à prestimosa classe docente que lhes seringa constantemente os ouvidos com a injustiça que sobre eles recaiu. Toda a gente sabe que a grande motivação para passar uma vida a aturar miúdos malcriados era a possibilidade de ter umas férias decentes e de não gastar mais do que meio dia nas aulas ficando com o resto do tempo por conta. Se querem agora obrigar os desgraçados a picar o ponto de sol a sol lá se vai o interesse da função.
Uma das grandes preocupações das professoras em relação a este novo regime que as obriga a ficarem na escola para além das aulas é não saberem muito bem como é que poderão ocupar aquelas horas, já que, como é óbvio, ninguém está interessado em usá-las a trabalhar, quanto mais não seja por pirraça e para chatear o ministério.
Para minorar a sua dor, posso dar aqui algumas sugestões para o melhor uso do tempo disponível. A actividade mais apropriada é a de curtirem com outros professores do sexo oposto, que também andam por ali sem saber o que fazer. As escolas são em geral pródigas em recantos escuros e salas vazias que propiciam o desenvolvimento da prática. O único óbice resulta do reduzido número de homens, pelo que a coisa só pode ser feita em regime rotativo ou fica reservada só para as mais dotadas, com exclusão dos camafeus e das que esgotaram o prazo de validade.
Uma outra actividade a que se podem dedicar é ao jogo da lerpa. Para além de ser de fácil aprendizagem, propícia um grau de excitação próximo da sugestão anterior com a vantagem de o sexo dos jogadores ser irrelevante. Para os que não são capazes de uma coisa nem de outra posso alvitrar umas sessões de espiritismo com uma roda de professoras efectivas à volta de uma mesa pé-de-galo, a estabelecerem comunicação com almas penadas vindas do além.
Manuel Ribeiro, Economista
in Notícias Magazine (JN, edição impressa de domingo, 23 de Abril de 2006)
Sim, sim, leram bem! Curioso é que o mesmo Jornal de Notícias que permitiu a publicação desta bosta, na sua secção "Desabafe Connosco" tenha bem visível nas regras de utilização do fórum os pontos 2 e 3 e que são, imaginem só:
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O estranho é que niguém se pronunciou, nem professores nem sindicatos.
Perdemos mesmo a dignidade!!
Alba
Economista?! a profissão mais desresponsabilizada que há?!Os gajos que "governam este país e o deixaram neste estado? Vide o Cavaco Silva, o verdadeiro criador do "monstro"! Mas vale a pena perder maIS DO QUE 30 SEGUNDOS com aquilo? Na.... não me parece
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