sexta-feira, maio 12, 2006

Há medidas cuja bondade não se discute.
Discute-se é o modo como o ministério quer que sejam levadas à prática e denuncia-se quando e onde o povo está a ser enganado. E só.
Mais: eu até acho que se deve concordar com elas entusiasticamente; assim, se a coisas correrem mal, a culpa é da exclusiva responsabilidade do governo, os professores até mostraram boa vontade.
Por exemplo, a de deixar o plano da aula na escola. Para quê andar a dizer que não se vai conseguir pôr em prática? Esse é um problema do governo, que seja ele a não conseguir pôr em prática. Como reagimos faz com que o que passa para a opinião pública é que somos nós que temos má vontade.
E o governo fica todo contente. Foi demagógico, mas quem paga a factura são os professores.
Os nossos sindicatos ainda não perceberam nem a sociedade em que vivem (com pais extremamente aflitos, disso não tenham dúvidas) nem o governo cínico (e com uma completa ausência de escrúpulos, como agora a opinião pública está finalmente a começar a perceber) que têm pela frente.

6 Comments:

Blogger Pedro said...

Uma Ordem dos Professores credível e séria talvez ajudasse à tomada correcta de decisões por parte do Ministério da Educação.

13/5/06 14:35  
Blogger henrique santos said...

Caro colega
todos nós, como cidadãos ou professores, individualmente ou integrados em colectivos, temos o dever de alertar para o que está mal, mesmo que seja ainda uma proposta. Caso não o façamos estamos a ser cúmplices conscientes e obedientes da potencial "maldade". Percebo o seu ponto de vista, mas acho que não deve ser por aí que os professores devem ir.
As reacções, no entanto, devem ser devidamente fundamentadas. Obviamente.

13/5/06 15:04  
Blogger Artur Coelho said...

Uma das medidas mais redundantes que já vi... e uma que parte do princípio que o ensinar funciona como os legos: qualquer peça encaixa.

13/5/06 18:13  
Blogger Rui Diniz Monteiro said...

Sabemos que todos os que não são professores estão de acordo com autênticas aulas de substituição.
Por mim, é simples: prefiro dar uma aula (paga, evidentemente) em substituição de um colega, do que estar a entreter com jogos e conversas meninos e jovens que, deste modo, perdem o pouco respeito que ainda tinham pelos professores (eu sou testemunha disto).

(Apesar de eu não concordar com um dos fundamentos da última "reforma", o de que deixámos de ser professores de alguma coisa para passarmos a ser simplesmente professores.)

Mas estou consciente de duas coisas. 1º, que como funcionário público o meu objectivo é servir o melhor que sei a sociedade que me paga o meu sustento, o que inclui obviamente o combate contra a injustiça e a fraude (quando isso deixar de ser o meu objectivo, saio). Do ME exijo que me dê as condições para eu o fazer.
2º, que o óptimo é inimigo do bom; mais, que a procura cega do óptimo poucos benefícios traz para todos.

14/5/06 15:56  
Anonymous Anónimo said...

AS NOSSAS QUERIDAS PROFESSORAS
Não posso deixar de vir aqui publicamente expressar a minha profunda indignação pelo ataque que está a ser infligido às nossas queridas professoras, no sentido de as obrigar a cumprir o horário de trabalho.
Trata-se de enorme violência para as próprias, para os alunos, suas famílias e população em geral.
Sim, porque não são só as professoras que sofrem com esta despudorada medida, que lhes coarcta o legítimo direito a dar umas voltinhas pelo shopping para espairecer de terem de aturar a cambada de energúmenos que se sentam nas carteiras das salas de aula e lhes limitam fortemente a possibilidade de desenvolver acções de formação permanente mediante o visionamento na televisão de vários programas instrutivos e outros que espelham bem o sentir da sociedade em que nos inserimos, como é o caso das telenovelas e dos concursos onde os docentes iam actualizando os seus conhecimentos.
Aos alunos a medida também não agrada, já que o grau de irritação dos professores tende a aumentar exponencialmente, diminuindo o nível de tolerância às graçolas e aumentando a repressão que sobre eles se abate.
A população em geral tem também vindo a sofrer as consequências, já que não há família em Portugal que não tenha no seu seio uma prima ou uma tia pertencente à prestimosa classe docente que lhes seringa constantemente os ouvidos com a injustiça que sobre eles recaiu. Toda a gente sabe que a grande motivação para passar uma vida a aturar miúdos malcriados era a possibilidade de ter umas férias decentes e de não gastar mais do que meio dia nas aulas ficando com o resto do tempo por conta. Se querem agora obrigar os desgraçados a picar o ponto de sol a sol lá se vai o interesse da função.
Uma das grandes preocupações das professoras em relação a este novo regime que as obriga a ficarem na escola para além das aulas é não saberem muito bem como é que poderão ocupar aquelas horas, já que, como é óbvio, ninguém está interessado em usá-las a trabalhar, quanto mais não seja por pirraça e para chatear o ministério.
Para minorar a sua dor, posso dar aqui algumas sugestões para o melhor uso do tempo disponível. A actividade mais apropriada é a de curtirem com outros professores do sexo oposto, que também andam por ali sem saber o que fazer. As escolas são em geral pródigas em recantos escuros e salas vazias que propiciam o desenvolvimento da prática. O único óbice resulta do reduzido número de homens, pelo que a coisa só pode ser feita em regime rotativo ou fica reservada só para as mais dotadas, com exclusão dos camafeus e das que esgotaram o prazo de validade.
Uma outra actividade a que se podem dedicar é ao jogo da lerpa. Para além de ser de fácil aprendizagem, propícia um grau de excitação próximo da sugestão anterior com a vantagem de o sexo dos jogadores ser irrelevante. Para os que não são capazes de uma coisa nem de outra posso alvitrar umas sessões de espiritismo com uma roda de professoras efectivas à volta de uma mesa pé-de-galo, a estabelecerem comunicação com almas penadas vindas do além.
Manuel Ribeiro, Economista
in Notícias Magazine (JN, edição impressa de domingo, 23 de Abril de 2006)

Sim, sim, leram bem! Curioso é que o mesmo Jornal de Notícias que permitiu a publicação desta bosta, na sua secção "Desabafe Connosco" tenha bem visível nas regras de utilização do fórum os pontos 2 e 3 e que são, imaginem só:

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O estranho é que niguém se pronunciou, nem professores nem sindicatos.
Perdemos mesmo a dignidade!!
Alba

15/5/06 10:34  
Anonymous Anónimo said...

Economista?! a profissão mais desresponsabilizada que há?!Os gajos que "governam este país e o deixaram neste estado? Vide o Cavaco Silva, o verdadeiro criador do "monstro"! Mas vale a pena perder maIS DO QUE 30 SEGUNDOS com aquilo? Na.... não me parece

16/5/06 19:01  

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