Que base para reclamarmos?
Há um problema muito complicado na questão das nossas reclamações por aquilo que consideramos ser injusto nas medidas tomadas por este governo.
Refiro-me aos resultados que os nossos alunos apresentam e que, quer queiramos quer não, são vistos como fruto do nosso trabalho... ou da ausência dele, como agora se suspeita abertamente.
Um facto incontornável é que os nossos alunos apresentam taxas de insucesso absolutamente confrangedoras: é nos exames nacionais, é nas provas internacionais, é nas taxas de abandono, é na assiduidade e sei lá que mais!
Daqui até as pessoas pensarem que os professores não se esforçam o suficiente, ou mesmo que fazem mal o seu trabalho, vai um curtíssimo passo. Elas dão-no com todo o à-vontade, e a gente não tem respostas compreensíveis e convincentes para isto.
É esta questão que os professores, as suas estruturas representativas e as sindicais, se recusam a entender e a encarar de frente!
Na minha opinião, e por mais injusto que isto possa ser, quer para professores quer para alunos, não há neste momento alternativa (nem campanhas publicitárias que aparecerão sempre como patéticas) a não ser engolirmos em seco e organizarmos as nossas escolas apenas segundo dois objectivos curtos e duros: 1º máximo sucesso nos exames; 2º luta sem tréguas ao abandono escolar.
Quando conseguirmos resultados não vergonhosos nestes dois objectivos, aí teremos força para rebater quem nos critica e nos "castiga"! Antes disso é esforço inútil e, como já disse atrás, patético.
Refiro-me aos resultados que os nossos alunos apresentam e que, quer queiramos quer não, são vistos como fruto do nosso trabalho... ou da ausência dele, como agora se suspeita abertamente.
Um facto incontornável é que os nossos alunos apresentam taxas de insucesso absolutamente confrangedoras: é nos exames nacionais, é nas provas internacionais, é nas taxas de abandono, é na assiduidade e sei lá que mais!
Daqui até as pessoas pensarem que os professores não se esforçam o suficiente, ou mesmo que fazem mal o seu trabalho, vai um curtíssimo passo. Elas dão-no com todo o à-vontade, e a gente não tem respostas compreensíveis e convincentes para isto.
É esta questão que os professores, as suas estruturas representativas e as sindicais, se recusam a entender e a encarar de frente!
Na minha opinião, e por mais injusto que isto possa ser, quer para professores quer para alunos, não há neste momento alternativa (nem campanhas publicitárias que aparecerão sempre como patéticas) a não ser engolirmos em seco e organizarmos as nossas escolas apenas segundo dois objectivos curtos e duros: 1º máximo sucesso nos exames; 2º luta sem tréguas ao abandono escolar.
Quando conseguirmos resultados não vergonhosos nestes dois objectivos, aí teremos força para rebater quem nos critica e nos "castiga"! Antes disso é esforço inútil e, como já disse atrás, patético.
4 Comments:
Rui, eu concordo com o teu texto, mas pergunto: como organizarmos as nossas escolas apenas segundo esses dois objectivos se a Ministra impõe medidas que impedem os nossos esforços? Até vi que leste um exemplo disso na última parte de um meu post de 27 de Setembro, em que reforço urgente em Matemática a um nº significativo de alunos já do 8º e 9º só não foi possível por não sobrarem horas para os professores necessários devido à prioridade imposta de cobrir nas componentes não lectivas todos os tempos escolares com professores para substituições. Como é que, POR EXEMPLO, tu ou eu, ao leccionarmos finais de 3º ciclo, podemos fazer algo com tantos alunos que aí chegam sem nunca terem tido um nível positivo em Matemática, se nos vedam a possibilidade de reforços suplementares, nesses anos e mais cedo, apesar de estarmos dispostos a dá-los de graça na componente não lectiva?
(Desculpa a extensão do comentário, mas vale a pena discutir isto, pois outros podem apontar saídas que eu não estou a conseguir, apesar de me extenuar com esses putos que até estariam receptivos ao reforço suplementar - o meu departamento de Mat está disposto a reclamar superiormente contra isto, mas de que servirá?)
Não serei eu a refutar a tese de Perrenoud de que “as práticas só terão sentido e eficácia se forem livremente escolhidas, na base de um raciocínio profissional e de uma reflexão ética que ninguém pode decretar.”
Mais autonomia implica maior responsabilidade e menos controle. Será que a palavra protagonismo pode ser dispensada, por uns tempos que seja, do léxico político quando estão em causa questões educativas? E maior autonomia para os actores educativos reclama da tutela outra mentalidade e novas lógicas de poder.
Concordo com o teor do artigo, mas não é nada fácila combater o abandono escolar quando as estruturas familiares de muitas regiões do nosso País são instáveis e problemáticas. Por outro lado, termos 14 ou 15 áreas curriculares no 3º ciclo não ajuda nada ao sucesso escolar.
Quanto ao sucesso nos exames, a falta de bases origina que no final do 9º ano as avaliações não sejam nada promissoras. Já nos exames do 12º ano, a possibilidade de fazer uma bom trabalho já é possível, dado que a esse nível chegam precisamente os alunos que conseguiram adquirir os pré-requisitos necessários.
Exigem-se mudanças nos currículos...
.. e podemos, pelo menos, inverter a ordem desses objectivos?
:)
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