segunda-feira, julho 24, 2006

Ataques do Hezbollah unificam israelitas

artigo de Amos Oz


"No passado, o movimento israelita pela paz tem criticado inúmeras vezes as operações militares de Israel. Desta vez não. Desta vez não se trata de expansão ou colonização israelitas. Não há território libanês ocupado por Israel. Não há disputas territoriais de qualquer dos lados.
O Hezbollah lançou um ataque, malicioso e não provocado, em território Israelita. Foi também um ataque à autoridade e integridade do governo libanês eleito porque, ao atacar Israel, o Hezbollah sequestrou a prerrogativa do governo libanês de controlar o seu território e de tomar decisões de guerra e paz.
O movimento israelita pela paz opõe-se à ocupação e colonização da Cisjordânia. Opôs-se à invasão israelita do Líbano em 1982 porque ela se destinou a distrair o mundo do problema palestiniano. Desta vez, Israel não está a invadir o Líbano. Está a defender-se de tormentos e bombardeamentos diários a dezenas das nossas cidades e vilas, tentando esmagar o Hezbollah onde quer que ele se esconda.
O movimento israelita pela paz deve apoiar a tentativa de autodefesa de Israel, pura e simplesmente, enquanto o alvo desta operação for o Hezbollah e ela poupar, o quanto for possível, a vida de civis libaneses (o que não é uma tarefa fácil, porque os lança mísseis do Hezbollah usam muitas vezes os civis como escudos de protecção).
Não pode haver uma equivalência moral entre o Hezbollah e Israel. Os alvos do Hezbollah são civis israelitas, onde quer que eles se encontrem, enquanto o alvo de Israel é o Hezbollah. Os mísseis do Hezbollah são fornecidos pelo Irão e pela Síria, inimigos jurados de todas as iniciativas de paz para o Médio Oriente.
A verdadeira batalha devastadora destes dias não é entre Beirute e Haifa, mas entre uma coligação de países que procuram a paz – Israel, Líbano, Egipto, Jordânia e até a Arábia Saudita – e um islamismo fanático alimentado pelo Irão e pela Síria.
Se, como todos nós esperamos – “falcões” e “pombas” israelitas da mesma forma – o Hezbollah for derrotado em breve, Israel e o Líbano serão os vencedores. Além do mais, a derrota de uma organização fundamentalista islâmica apostada no terror pode aumentar grandemente as possibilidades de paz para a região."

Amos Oz é um dos escritores israelitas mais reconhecidos internacionalmente e uma das mais influentes vozes do movimento israelita pela paz

in Rua da Judiaria

3 Comments:

Blogger fernando_vilarinho said...

o goebbels não se justificaria melhor!

26/7/06 18:37  
Anonymous Anónimo said...

Francisco José Viegas resume lapidarmente a posição dos pós-soviéticos: "Sim, dois estados soberanos. Desde que 1) Israel esteja disponível para ser alvo permanente do Hamas e do Hezzbollah e, 2) que o outro Estado soberano seja uma plataforma para que outros Estados soberanos ataquem Israel sempre que quiserem".

Na sua batota totalitária, desceram tão baixo que até já nem acham que a religião seja o ópio do povo! Tudo serve, desde que aponte a Israel e aos EUA. Nesse caso, centenas ou milhares de mortos já não têm importância nenhuma.

Criticam a UE pela sua passividade, quando se alguma crítica há a fazer-lhe é a de ela ter andado a alimentar, pela ajuda humanitária, algumas das molas reais do conflito e algumas das corrupções mais devastadoras de que há memória na Palestina.

E nutrem um ódio étnico e torpe contra os judeus. Lenine falava na "canalha bundista" e entusiasmou-se com a teorização de Estaline sobre o Bund judaico fundado em 1897.

A acção de Estaline culminou numa repressão feroz contra os Judeus, considerados "o inimigo principal" a seguir a 1945, já depois de conhecido o genocídio nazi. Laurent Rucker fala no seu "anti-semitismo obsessivo" e Pierre-André Taguieff destaca o fenómeno paradoxal e soviético que levava à prática do anti-semitismo e, ao mesmo tempo, à denúncia deste e do racismo…

A absoluta falta de escrúpulos do sinistro ditador levou-o a apoiar a fundação de Israel em 1948. Não por ter mudado subitamente de ideias, mas para desestabilizar a Inglaterra e os EUA, colhendo dividendos para a URSS pela perturbação que contava provocar no mundo árabe. Mas, em 1951, já acusava Israel de conluio com o imperialismo.

Os pós-soviéticos, que nem sequer criticam o negacionismo dos nazis iranianos, mantiveram-se reverentemente impregnados até à medula desse anti-semitismo atávico. Mas indignam-se virtuosamente contra o racismo e a xenofobia.
Vasco Graça Moura
DN- hoje
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O nazismo e o comunismo (o velho e o pos, ou se preferirem o da odete e o do lopes)desde sempre unidos jamais serão vencidos. Abaixo os judeus!!!
Vivam os camaradas santos e vilarinho!!!

27/7/06 00:16  
Blogger A Vilhena said...

Porque carga de água, sempre que se verifica o bombardeamento de qualquer cidade ou lugar do Líbano há senhores jornalistas que
referem/afirmam/explicam/justificam/desculpabilizam dizendo que se tratou de um ataque a um bastião do Hezbollah.

Veja-se no dicionário:

bastião
do Fr. bastion
s. m.,

trincheira;
muro que serve de anteparo ao ângulo saliente de uma fortaleza;
baluarte;
sentido figurado reduto; sustentáculo.

Fico impressionado com sabedoria que exalam.. Como é que eles lograram saber/divisar/descobrir/investigar/adivinhar que aquelas cidades ou lugares são:
um muro do Hezbollah;
uma trincheira do Hezbollah;
uma fortaleza do Hezbollah;
um baluarte do Hezbollah;
um reduto do Hezbollah;
um sustentáculo do Hezbollah;

Deixo aqui algumas hipóteses explicativas para tanta sapiência. Escolha aquela que lhe parecer a melhor (ou a menos má...!!!):
* porque são bem informados
* porque foi a informação que colheram no local
* porque são os dados de que dispõem
* porque consultaram o CIA Fact Book
* porque perguntaram ao Mossad
* porque se não fosse assim... Israel não atacava
* porque pesquisaram na net
* porque toda a gente diz isso
* porque tinham de dizer qualquer coisa
* porque estão a gozar connosco
* porque nos estão a chamar parolos
* porque...

Mãezinha...!!!

António Vilhena

29/7/06 01:10  

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