sexta-feira, julho 07, 2006

Depois queixem-se!...

José Manuel Fernandes escreveu uma carta a todos os colaboradores do jornal em que traça o panorama do periódico. No texto a que o DN teve acesso, diz que o Público "atravessa um momento crítico" porque perdeu circulação e publicidade. (...)"Em Portugal vendemos, per capita, metade dos jornais diários que se vendem na Turquia, o que não é bom.”

Será que ele sabe porquê?

Se ele fosse tão exigente com ele próprio como é para com os professores... É que apesar de ser fácil a resposta, este senhor não gosta de a dar.

Mas eu dou-a aqui.

Pelo mau jornalismo. Pela falta de, já nem digo isenção, mas pelo menos de honestidade.

Tomando-me como exemplo: eu deixei de comprar todos os jornais que publicaram mentiras acerca dos professores e que, depois, não se retractaram. Este foi um deles. Só voltarei a comprá-lo quando mudar de director.

O Público perdeu 4391 leitores no primeiro trimestre do ano relativamente ao período homólogo de 2005, com as vendas do jornal a situar-se nos 44 783 exemplares e os prejuízos nos 2,2 milhões de euros.

Quantos desses leitores perdidos seriam professores?

Quanto aos prejuízos, uma sugestão: comecem a “cortar” no salário do director que, segundo ele próprio já admitiu, é superior ao do 1º ministro (na altura, Durão Barroso).

(Nota: Sei que este meu radicalismo não é solução a ser generalizável. Uma democracia pode não ser sã com jornais, mas sem eles é que não o é de certeza. Infeliz ou felizmente, eles são um mal necessário!)

1 Comments:

Blogger henrique santos said...

Rui
o Público sempre foi um jornal que perdeu dinheiro segundo sei. Qual a razão para se manter? É necessário perceber quais os objectivos reais que existem - (não os jornalísticos, expressos no seu editorial) - e que servem o grupo económico que é dono do jornal. Se não é um projecto financeiramente rentável e se dá prejuízo, porque é que se mantém?
A actual reestruturação talvez se deva a afastar - digo eu - alguns jornalistas que não se terão adaptado à linha definida pelo patrão e seguida pelo capataz José Manuel Fernandes, pago a peso de ouro.
E, na verdade, como dizia o outro, "é preciso que alguma coisa mude, para que tudo fique na mesma". Assim dar uma nova máscara ao jornal, retocar a imagem, afastar incómodos "colaboradores", talvez seja o objectivo. As razões secundárias são, neste caso, os maus resultados financeiros e a perda de leitores.
O panorama jornalístico em Portugal, mesmo nos jornais ditos de referência, é dominado pela concentração em torno de grupos económicos dominantes. O factor lucro é com certeza um deles, mas outros factores estão por trás desta concentração.

8/7/06 15:31  

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